Primeiro foi a certeza de que tudo ia ficar bem. Depois o choque de estar errada. Certeza errada. Depois a tristeza, minha ficha demora pra cair. Eu demoro pra acreditar que é real, que realmente aconteceu, é estranho isso. E depois é claro que veio a raiva.
É impossível não sentir raiva desses filhos da p que nascem com tudo, que tem tudo o que o dinheiro pode comprar e o dinheiro pode comprar tudo. Amor? Quem ama o mendigo fedido ali da avenida? Ninguém. Quem ama Eike o bilionário? Meio mundo. Amor de verdade é uma coisa rara, um caso a parte.
O dinheiro compra tudo e eu odeio esses filhos da p que se consideram donos do mundo. O cara trabalhou pra caramba, usou a inteligência. Estória pra boi dormir. Explorou o trabalho dos outros, usou a pouca inteligência dos outros, nasceu com tudo, nunca trabalhou, nunca, esses filhos da p que nascem ricos não sabem o que é trabalho. Trabalho é o que se faz em troca de comida, roupa, um teto pra morar, uma roda gigante pra andar, um curso em uma faculdade, brinquedos para as crianças, isso é trabalho o resto é distração. A maior parte dos 7 bilhões trabalham, trabalham desde crianças em uma coisa ou outra, dentro ou fora de casa. E o resto? O resto é a verdadeira escória da humanidade, a ralé, os parasitas, monstros, aberrações. Uma criatura que dorme com o bumbum em cima de bilhões, diamantes, ouro, feijão, batata enquanto pessoas morrem de fome é o que? Monstro, monstro, monstro. Progresso?
Mesmo os que nascem pobres se tornam tão filhos da p quanto os outros com o excesso de dinheiro. Devia existir uma lei mundial que limitasse a riqueza. Cabe no mundo 7 bilhões de Eikes? Tem diamantes para 7 bilhões de Eikes? Tem energia para 7 bilhões de Eikes? Tem terra para 7 bilhões de Eikes? Tem orgânicos para 7 bilhões de Eikes? Não. E o mundo não é de todos? Sem comunismo, todo mundo tem direito a um pedaço do planeta. Se alguns pegam demais outros ficam sem nada. É tão obvio isso. Essa devia ser a primeira das leis: cada um com seu pedaço.
É justo que uma pessoa queira ter alguns milhões, garantir o futuro dos seus descendentes mas para tudo tem que haver um limite. Porque esses filhos da p que já tem bilhões não vão fazer outra coisa e deixam um pouco de mundo para os outros? Porque não vão se embrenhar em pesquisas sobre o espirito, paranormalidade, os mistérios do cérebro, a cura de doenças, vida extraterrestre, quem sabe uma viagem rumo a Mercúrio? Catar coquinhos na beira do asfalto? Tá. É porque eles querem realmente ser donos do mundo. Aquela estoria dos desenhos animados do vilão que quer dominar o mundo é a real. Só que na realidade eles são considerados os mocinhos e seus planos são bem mais inteligentes e sutis.
Eu daria um tiro na testa desse Eike com um sorriso no rosto. Tá, eu não daria um tiro em ninguém. Ferir o corpo de outra pessoa é um dos piores crimes que se pode cometer, matar então é imperdoável. Mas eu cuspiria eu sua cara e o deixaria a pão seco e água barrenta até os 120 anos com um sorriso no rosto. Eike e qualquer outro dono do mundo. E esse nome Eike é lindo. E este nem esta entre os primeiros, imagino o mais bilionário do mundo, o mais poderoso, o mais bam bam bam, Carlos não sei das quantas. Eu também castraria todos os adultos dessas familias tradicionais, ai meu deus, minha família quatrocentona. Vieram de um macaco diferente? Quatrocentos anos de exploração da massa. Contribuíram muito para o desenvolvimento do país. Ai, quem desenvolve e mantém o país e o mundo são os pobres. É e sempre foi assim e assim não será para sempre eu espero.
Será inveja minha? Eu sinto inveja? É claro. A inveja me corroí as entranhas da mente. Mas não desses filhos da p. É claro que eu queria ter nascido numa situação melhor, ter tido todas as oportunidades de me desenvolver. É claro que eu quero ter alguns milhões, ainda ha tempo e possibilidades. Alguns milhões sim, rica, bilionária não. Mas se eu pudesse voltar na linha do tempo com a minha memória, me mantendo como sou agora, nasceria de novo no mesmo lugar, do mesmo ventre, pobre. Não deixaria meus companheiros de vida por nada. É contraditório isso. Me ressinto pelo que não tive, me ressinto pelas privações e sofrimentos causados pela falta de dinheiro, me ressinto profundamente, não gosto de quem teve o que eu não tive, desprezo quem não sabe o que é privação material, desprezo a ponto de sentir ânsia de vômito. Mas como posso não sentir nojo de uma criatura que fala de sofrimento tendo tudo? Se doí perder alguém após tentar salva-la usando todos os recursos que se tem doí muito mais perder alguém sabendo que ali do lado tem o que pode salva-la mas tu não tem dinheiro para pagar, isso doí muito mais. E é triste ver um pobre chorando a tristeza de um filho da p " coitado perdeu, coitado esta com problemas, esta sofrendo" ai coitado é ele. Nada que aconteça com esses filhos da p me comove, pode ser catástrofe, pode ser assassinato, doença, bem feito, excetuando as crianças porque os anjinhos não tem nada a ver com isso, eu quero é que todos morram juntos, de uma vez só e vão para o diabo que os carregue.
Mas não é só inveja, não é só raiva e ressentimento. Eu penso, mais, eu sinto que o mundo é de todos, que todos são iguais, tem os mesmos direitos nesse planeta. Me revolta, me doí tanta miséria, não só a minha mas há de tantos. E esses filhos da p que tem acesso a toda tecnologia, a toda ciência, a todo conhecimento que existe no planeta poderiam realmente fazer o mundo melhor mas não fazem, são só uns filhos da p. Pra eles a festa para os outros as migalhas? Eu não tenho que concordar com isso.
Eu não me ressinto por não ter nascido rica, me ressinto por ter nascido com tão pouco, por ter tido tão pouco, me ressinto pelas oportunidades que não tive, pela educação que não tive, pelo conhecimento que não tive. Quando eu penso em rico não penso em quem tem uma empresa ou um emprego bem remunerado, carros, uma boa casa, uma casa na praia, um sitio, viagens, isso é o que todo mundo devia ter, isso não é ser rico. Ter um pouco mais ou um pouco menos é o justo .E eu tive muito menos, nasci entre os miseráveis e vivo entre os miseráveis, eu não tenho o justo. Sempre empurrei a vida com a barriga pra ver onde ia dar. E deu aqui. Estou aqui no meio da massa de miseráveis, escravos, ignorantes. Sou só mais uma. Mas agora que eu descobri que dinheiro é a coisa mais importante do mundo vou lutar por ele até o último dia da minha vida.
Adorei escrever isso, esses filhos da p. esses m que se sentem deuses, falar essas coisas eu não posso. Quantas vezes já ouvi " que horror, credo, como é que tu pode falar uma coisa dessas, meu deus..." só por falar alguma coisinha um pouco hostil tipo bem feito que queime no inferno.
Nem sei mais o que estou escrevendo mas é isso que eu penso, pior, é o que eu sinto. Não sempre mas a maior parte do tempo. As vezes vem umas coisas totalmente diferentes mas vou deixar pra escrever outro dia.
É impossível não sentir raiva desses filhos da p que nascem com tudo, que tem tudo o que o dinheiro pode comprar e o dinheiro pode comprar tudo. Amor? Quem ama o mendigo fedido ali da avenida? Ninguém. Quem ama Eike o bilionário? Meio mundo. Amor de verdade é uma coisa rara, um caso a parte.
O dinheiro compra tudo e eu odeio esses filhos da p que se consideram donos do mundo. O cara trabalhou pra caramba, usou a inteligência. Estória pra boi dormir. Explorou o trabalho dos outros, usou a pouca inteligência dos outros, nasceu com tudo, nunca trabalhou, nunca, esses filhos da p que nascem ricos não sabem o que é trabalho. Trabalho é o que se faz em troca de comida, roupa, um teto pra morar, uma roda gigante pra andar, um curso em uma faculdade, brinquedos para as crianças, isso é trabalho o resto é distração. A maior parte dos 7 bilhões trabalham, trabalham desde crianças em uma coisa ou outra, dentro ou fora de casa. E o resto? O resto é a verdadeira escória da humanidade, a ralé, os parasitas, monstros, aberrações. Uma criatura que dorme com o bumbum em cima de bilhões, diamantes, ouro, feijão, batata enquanto pessoas morrem de fome é o que? Monstro, monstro, monstro. Progresso?
Mesmo os que nascem pobres se tornam tão filhos da p quanto os outros com o excesso de dinheiro. Devia existir uma lei mundial que limitasse a riqueza. Cabe no mundo 7 bilhões de Eikes? Tem diamantes para 7 bilhões de Eikes? Tem energia para 7 bilhões de Eikes? Tem terra para 7 bilhões de Eikes? Tem orgânicos para 7 bilhões de Eikes? Não. E o mundo não é de todos? Sem comunismo, todo mundo tem direito a um pedaço do planeta. Se alguns pegam demais outros ficam sem nada. É tão obvio isso. Essa devia ser a primeira das leis: cada um com seu pedaço.
É justo que uma pessoa queira ter alguns milhões, garantir o futuro dos seus descendentes mas para tudo tem que haver um limite. Porque esses filhos da p que já tem bilhões não vão fazer outra coisa e deixam um pouco de mundo para os outros? Porque não vão se embrenhar em pesquisas sobre o espirito, paranormalidade, os mistérios do cérebro, a cura de doenças, vida extraterrestre, quem sabe uma viagem rumo a Mercúrio? Catar coquinhos na beira do asfalto? Tá. É porque eles querem realmente ser donos do mundo. Aquela estoria dos desenhos animados do vilão que quer dominar o mundo é a real. Só que na realidade eles são considerados os mocinhos e seus planos são bem mais inteligentes e sutis.
Eu daria um tiro na testa desse Eike com um sorriso no rosto. Tá, eu não daria um tiro em ninguém. Ferir o corpo de outra pessoa é um dos piores crimes que se pode cometer, matar então é imperdoável. Mas eu cuspiria eu sua cara e o deixaria a pão seco e água barrenta até os 120 anos com um sorriso no rosto. Eike e qualquer outro dono do mundo. E esse nome Eike é lindo. E este nem esta entre os primeiros, imagino o mais bilionário do mundo, o mais poderoso, o mais bam bam bam, Carlos não sei das quantas. Eu também castraria todos os adultos dessas familias tradicionais, ai meu deus, minha família quatrocentona. Vieram de um macaco diferente? Quatrocentos anos de exploração da massa. Contribuíram muito para o desenvolvimento do país. Ai, quem desenvolve e mantém o país e o mundo são os pobres. É e sempre foi assim e assim não será para sempre eu espero.
Será inveja minha? Eu sinto inveja? É claro. A inveja me corroí as entranhas da mente. Mas não desses filhos da p. É claro que eu queria ter nascido numa situação melhor, ter tido todas as oportunidades de me desenvolver. É claro que eu quero ter alguns milhões, ainda ha tempo e possibilidades. Alguns milhões sim, rica, bilionária não. Mas se eu pudesse voltar na linha do tempo com a minha memória, me mantendo como sou agora, nasceria de novo no mesmo lugar, do mesmo ventre, pobre. Não deixaria meus companheiros de vida por nada. É contraditório isso. Me ressinto pelo que não tive, me ressinto pelas privações e sofrimentos causados pela falta de dinheiro, me ressinto profundamente, não gosto de quem teve o que eu não tive, desprezo quem não sabe o que é privação material, desprezo a ponto de sentir ânsia de vômito. Mas como posso não sentir nojo de uma criatura que fala de sofrimento tendo tudo? Se doí perder alguém após tentar salva-la usando todos os recursos que se tem doí muito mais perder alguém sabendo que ali do lado tem o que pode salva-la mas tu não tem dinheiro para pagar, isso doí muito mais. E é triste ver um pobre chorando a tristeza de um filho da p " coitado perdeu, coitado esta com problemas, esta sofrendo" ai coitado é ele. Nada que aconteça com esses filhos da p me comove, pode ser catástrofe, pode ser assassinato, doença, bem feito, excetuando as crianças porque os anjinhos não tem nada a ver com isso, eu quero é que todos morram juntos, de uma vez só e vão para o diabo que os carregue.
Mas não é só inveja, não é só raiva e ressentimento. Eu penso, mais, eu sinto que o mundo é de todos, que todos são iguais, tem os mesmos direitos nesse planeta. Me revolta, me doí tanta miséria, não só a minha mas há de tantos. E esses filhos da p que tem acesso a toda tecnologia, a toda ciência, a todo conhecimento que existe no planeta poderiam realmente fazer o mundo melhor mas não fazem, são só uns filhos da p. Pra eles a festa para os outros as migalhas? Eu não tenho que concordar com isso.
Eu não me ressinto por não ter nascido rica, me ressinto por ter nascido com tão pouco, por ter tido tão pouco, me ressinto pelas oportunidades que não tive, pela educação que não tive, pelo conhecimento que não tive. Quando eu penso em rico não penso em quem tem uma empresa ou um emprego bem remunerado, carros, uma boa casa, uma casa na praia, um sitio, viagens, isso é o que todo mundo devia ter, isso não é ser rico. Ter um pouco mais ou um pouco menos é o justo .E eu tive muito menos, nasci entre os miseráveis e vivo entre os miseráveis, eu não tenho o justo. Sempre empurrei a vida com a barriga pra ver onde ia dar. E deu aqui. Estou aqui no meio da massa de miseráveis, escravos, ignorantes. Sou só mais uma. Mas agora que eu descobri que dinheiro é a coisa mais importante do mundo vou lutar por ele até o último dia da minha vida.
Adorei escrever isso, esses filhos da p. esses m que se sentem deuses, falar essas coisas eu não posso. Quantas vezes já ouvi " que horror, credo, como é que tu pode falar uma coisa dessas, meu deus..." só por falar alguma coisinha um pouco hostil tipo bem feito que queime no inferno.
Nem sei mais o que estou escrevendo mas é isso que eu penso, pior, é o que eu sinto. Não sempre mas a maior parte do tempo. As vezes vem umas coisas totalmente diferentes mas vou deixar pra escrever outro dia.
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