O que eu realmente quero, depois da alegria e da saúde daqueles que eu amo, é claro, é dinheiro. Ainda acho um pouco feio querer, pensar assim, sentir assim. Porque?
Pode ser feio, pode ser o que for, dane-se, é exatamente isso que eu quero: dinheiro. Não há nenhuma outra coisa que me interesse nesse mundo, no momento, além do dinheiro. Eu vivi 38 anos, sem coragem de querer, sem me importar com ele. Pra quem estou mentindo? Eu sempre me importei, sempre, desde que me lembro, lá na primeira série ainda. Eu sempre fui infeliz por ser pobre, só não tinha coragem de admitir. Ainda hoje, é difícil, alguma coisa dentro de mim diz que é idiota esse querer. Alguma coisa dentro de mim ainda acha que eu não tenho direito, que eu não mereço, que eu não posso querer ter o que os outros tem porque eu sou inferior e feia. Que eu não tenho o direito de querer ser rica, que eu nasci para ser pobre. Merda. Esse não é meu destino, não é.
Eu quero e quero e quero. Eu sei que eu nunca vou ser feliz sendo pobre. Isso é um fato, sempre foi. Eu me ressinto profundamente pelo que eu não tive, pelo que eu não vivi por não ter dinheiro. Eu tinha vergonha e raiva de ser pobre. A vergonha perdi logo mas a raiva não. Isso não importa agora. O importante é ter coragem de admitir o que eu quero nessa vida: DINHEIRO. Eu quero ser rica. Eu continuo me sentindo idiota pensando: Eu quero ser rica. Mas é exatamente o que eu quero, é o que eu sempre quis. Eu vou querer e vou lutar para ser até o último dia da minha vida.
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