Não tenho tido tempo para organizar os meus pensamentos atrapalhados. Tenho me dedicado muito ao meu Plano A. Cada vez me atrai menos um emprego público e mais um negócio ligado a alimentação. Pensei muito em cavalos, em animais. Assisti o Globo Repórter sobre a Eslovênia. As cavernas, as rochas, as estalactites, lindas, lindas, lindas. Beleza que a massa aprisionada nas prisões gigantescas jamais verá diretamente com seus olhos. Será que os que podem ver e tocar e sentir sabem da sorte que tem? Eu fiquei sentada no sofá encantada. Eu nunca verei? Eu nunca tocarei? Depois veio os cavalos eslovenos dançando. Eu não vejo graça alguma em coisas assim.Treinam a vida toda. A vida toda. Uma vida de escravidão. Ninguém fala da escravidão dos animais. Se fala muito em preservar para as futuras gerações humanas, para que os bisnetos e tataranetos tenham os animais que temos hoje. Os animais se tornaram propriedades dos homens. São brinquedos, são escravos. Os cavalos dançarinos, os cachorrinhos de madame, a boiada, os passarinhos. Eu pensando em passarinhos? E os passarinhos assados? A forma cheia, lembro da minha mãe tirando do forno, eram muitos, muitos. Eu comia. Posso me consolar pensando que eu nunca matei um passarinho. Nunca prendi um passarinho. Esta ai uma certeza, nunca prenderei um passarinho. Acho que vou fazer uma página de certezas de nunca. Eu nunca isso, eu nunca aquilo. Tem coisas que eu sei que nunca vou fazer. Deixa pra lá.
Estou na metade da segunda cartela de Qlaira e nenhum efeito colateral. Isso é muito bom.
Estou na metade da segunda cartela de Qlaira e nenhum efeito colateral. Isso é muito bom.
Nenhum comentário:
Postar um comentário