terça-feira, 23 de setembro de 2014

Reprogramando o Subconsciente 05 - Criatura Maldita: O Fim

É claro que eu sempre vou sentir vontade de chorar quando lembrar da forma brutal como terminou a minha infância. Uma surra, um tiro, um cair do penhasco não doeria tanto. E é claro que eu sempre sentirei raiva, uma raiva tão profunda que nem em mil vidas acabará, um desprezo tão grande que me dá naúseas, me faz vomitar. Por mais que me enoje eu tenho que pensar porque pensar não é o problema, o sentir o é. Eu sei que é impossivel esquecer o horror que foi a minha adolescência mas já passou, eu sou diferente agora, a minha vida é diferente, é disso que eu tenho que me convencer para me fortalecer e conseguir o que eu quero desse mundo. Aquela criatura maldita não pode mais me atingir, eu sou mais forte que ela agora, eu não vou deixar. Eu não me importo com ela, me importo com o que ela fez na minha vida mas com ela nunca mais, nunca. Ela é o lixo da minha vida, um lixo que eu transformei em duas flores lindas, flores que eu amo acima de tudo, independente dela e de qualquer coisa que ela venha a fazer. Tenho até que agradecer a existência dessa criatura nojenta pois sem ela não teria minhas flores queridas. Meu amor por elas é tão maior que acalma a raiva, me enternece, me faz perceber que eu a venci, que ela não é nada, mais nada para mim e nunca mais será.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Ora Pro Nobis

= rogai por nós. Latim.

A Colheita

- Tá querida, acabou o não quero, o não suporto, o salve-me. Estes frutos são das árvores que tu plantou, tem que comê-los, mesmo que podres, cobertos de vermes. Vomites, chores mas engula-os, um a um. Esta é a última colheita.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A Indiferença dos Passarinhos

Vou mudar-me, depois de mais de quinze anos no mesmo lugar. Sentirei falta da árvore, tão linda.Não verei a calçada coberta por suas flores amarelas este ano, talvez nunca mais veja. Tampouco verei o João de Barro terminar sua casinha em cima do poste de luz. Sentirei falta dos passarinhos, do canto pela manhã, da indiferença para comigo que, sentada na sacada observava o voo . Tão indiferentes e lindos e livres. Passarinho preso em gaiola é uma das coisas mais tristes de se ver neste mundo. 
Vou mudar-me para mais uma casa que não é minha. Alegria de uns, tristeza de outros e a tristeza é toda minha. Disfarçarei, entusiasmarei-me com o entusiasmo dos outros e a vida seguira como sempre. 
Deus da minha vida, por quê?