terça-feira, 5 de abril de 2022

Dane-se

 Há tanto tempo não venho aqui. Uns 02 anos, talvez, ou menos, não lembro. Tanta coisa aconteceu e nada mudou. O último dia também foi há muito tempo. Eu nem me dei conta. Chegou, passou e nada mudou. Não houve a explosão, não houve alegria, não houve nada, foi só mais um dia. Saí de um buraco para me ver dentro de outro. Acho que estou dentro de infinitos buracos. Isso não tem fim? 

Tive uma crise de fúria hoje. Xinguei Deus, quem mais? Filho da puta, a grande puta do universo, desgraçado...a desgraçada sou eu. Eu sei. Houve uma época que eu não pensava palavrões, houve uma época que pensava mas não escrevia, sabia tão poucos. Agora a minha mente é um amontoado de palavrões, e ódio, e sangue, e tristeza,e,e... Penso em matar todos os dias. E o Ato número 1?

Em que eu me transformei? Em que eu deixei o ódio me transformar? O meu entusiasmo, a minha vitalidade, os meus sonhos...tudo foi embora. Infeliz, lavrada de amargura, envolta em um emaranhado de pensamentos sangrentos e dor, impotente, impotente, inerte nesse buraco. Que mais posso fazer além de xingar esse deus que não existe, que nunca existiu, que nunca existirá para mim? Esse deus que eu busquei a minha vida inteira.  Esse deus a quem implorei por compaixão, por proteção para minhas flores. Deus maldito. Deus maldito.

Acho que eu estou enlouquecendo ou morrendo ou as duas coisas. Para onde foi o meu senso de humor?  Eu ria, havia tantas coisas divertidas. Eu me lembro de momentos em que eu sentia tanto amor, tanto amor, eu tinha esperança, eu acreditava. Merda. Merda. Dane-se