sexta-feira, 20 de maio de 2022

Atila Lamarino - Ondas

Chorei hoje, algumas poucas lágrimas, a tristeza é tanta que nem chorar mais consigo. Eu só queria um caminho de flores, eu só queria minhas flores felizes, eu plantei cada semente, com todo amor de que eu fui capaz. Meu caminho florido não existe e nunca existirá. Meu caminho é de dor, sempre foi, desde que nasci. Eu pensei que pudesse mudar, pudesse mudar meu destino. Quantas frases cafonas, idiotas. Eu não quero pensar nisso agora, vou surtar.

A quarta onda chegando, os casos aumentando, todo mundo sem mascára, carnaval, raves, festerês espalhados por aí. O ser humano é um bicho podre. O pior da face da terra. Provavelmente do Universo, de todos os universos, de todas as dimensões, de todos os infernos. Assisti um vídeo do Atila Lamarino só para me sentir pior. Não tem mais como barrar o Sars Cov 2, vai vir a quinta onda, e a sexta, e a sétima. Onda após onda, as pessoas idosas, com comorbidades e algumas saudáveis também, morrerão, uma após a outra, onda após onda. E tudo bem. Eu me contaminei duas vezes, uma com o vírus original, outra com o  Ômicron. Duas vezes, sem nunca pôr o pé na rua  sem mascára. As malditas mascáras de tecido, bem feito para mim. Eu sabia que não protegia, mas fui no embalo, mais barata, mais prática, usava duas triplas, seis camadas de tecido. Eu sou uma idiota. Agora uso F2, o que devia ter usado desde o ínicio. 

É desesperador isso, não por mim, mas pela peste, tenho medo de perde-la, não quero perde-la, não posso perde-la. Não quero pensar niisso.

Não quero pensar em nada. em nada. Eu não me reconheço mais. Eu não sou essa pessoa ignorante, estupida, medíocre que esta aqui. 

terça-feira, 5 de abril de 2022

Dane-se

 Há tanto tempo não venho aqui. Uns 02 anos, talvez, ou menos, não lembro. Tanta coisa aconteceu e nada mudou. O último dia também foi há muito tempo. Eu nem me dei conta. Chegou, passou e nada mudou. Não houve a explosão, não houve alegria, não houve nada, foi só mais um dia. Saí de um buraco para me ver dentro de outro. Acho que estou dentro de infinitos buracos. Isso não tem fim? 

Tive uma crise de fúria hoje. Xinguei Deus, quem mais? Filho da puta, a grande puta do universo, desgraçado...a desgraçada sou eu. Eu sei. Houve uma época que eu não pensava palavrões, houve uma época que pensava mas não escrevia, sabia tão poucos. Agora a minha mente é um amontoado de palavrões, e ódio, e sangue, e tristeza,e,e... Penso em matar todos os dias. E o Ato número 1?

Em que eu me transformei? Em que eu deixei o ódio me transformar? O meu entusiasmo, a minha vitalidade, os meus sonhos...tudo foi embora. Infeliz, lavrada de amargura, envolta em um emaranhado de pensamentos sangrentos e dor, impotente, impotente, inerte nesse buraco. Que mais posso fazer além de xingar esse deus que não existe, que nunca existiu, que nunca existirá para mim? Esse deus que eu busquei a minha vida inteira.  Esse deus a quem implorei por compaixão, por proteção para minhas flores. Deus maldito. Deus maldito.

Acho que eu estou enlouquecendo ou morrendo ou as duas coisas. Para onde foi o meu senso de humor?  Eu ria, havia tantas coisas divertidas. Eu me lembro de momentos em que eu sentia tanto amor, tanto amor, eu tinha esperança, eu acreditava. Merda. Merda. Dane-se