quinta-feira, 22 de abril de 2021

E a pandemia continua...

 ...e cada vez pior. Mais de 3 mil mortes por dia, pessoas entubadas, sem nenhuma sedação, amarradas à cama. Milhares aguardando uma vaga em uti, milhares morrendo sem oxigênio. Pouquíssimas vacinas, as de mais baixa eficácia, chegam aos pingos. Vacinação extremamente lenta, técnicos apenas fingem aplicar o líquido, não apertam o êmbolo, se apertam é porque a seringa esta vazia,  pessoas usam as mais diversas artimanhas para furar a fila. Frascos para dez doses contém líquido para 7 ou 8. Erro do laboratório, de uma máquina ou pessoas desviando doses? Não há vacinas nem para os grupos de risco, idosos e com comorbidades, o resto é cretinice. Agentes de segurança, apenados, índios. Assassinos, estupradores, torturadores, monstros de toda espécie serão vacinados antes de mim. Antes do cara que faz o pão que eu como. Antes da moça que dirige o uber que eu ando. É só proibir as visitas e ponto. Ah, as vítimas deles podem receber visitas no cemitério então eles tem o santo direito de receber visitas. Eles tem direitos, eles tem que ser ressocializados, isso me dá ânsia de v:ômito.  E os índios? Que fiquem onde sempre ficaram, em suas aldeias. E os que saem para trabalhar, estudar, tem tantos anticorpos para doenças em geral quanto eu. Correm o mesmo risco que eu. E agora querem colocar no grupo prioritário os professores, os motoristas de ônibus, cogita-se até colocar nesse grupo todos os demônios do inferno. Se bem que o inferno deve estar vazio, todas as pragas estão encarnadas por aqui. 

E as lojas todas abertas, o Centro lotado, e as criaturas aos berros, almoço 10 reais e compro ouro e compro cabelo e vendo a mãe  e o pai e  o filho e  o espírito santo, todas sem máscaras, é claro. Meio mundo sem máscara, ou com a máscara no queixo, Andam com peito estufado, oh sou o máximo, estou sem máscara, meio mundo de ridículos. São pessoas realmente ridículas, e estúpidas e nojentas. 

Sei que não vou conseguir me vacinar este ano, nem minhas flores. Não há o que fazer. Não tem como comprar, não tem como roubar. Eu roubaria? Claro que sim. Oh, que feio. Por que alguém tem mais direito de se vacinar do que minhas flores? Não tem. Eu roubaria sim, para cada uma das minhas flores.Prpocuro não pensar nisso, para não pirar.

Eu tinha muito medo do Ebola, que ele se espalhasse pelo mundo, me dava um desespero só de pensar e agora não sinto tanto medo do Corona. Sinto mais medo pelas flores. Deve ser porque não tem o que fazer mesmo. Esta aí, no ar, nas superfícies, em todo lugar e pelo visto, ficará por muito tempo, talvez para sempre. Se depender do maldito Bolsonaro ficará. Desgraçado, tantas mortes teriam sido evitadas se o governo tivesse comprado vacinas o ano passado. Tanto bandido nesse país e nenhum para dar um tiro? Tenho pensado muito em tiro, tenho pensado em comprar uma arma, não para atirar no presidente, é claro. Seria muito estúpido comprar uma arma e dar  um tiro, seis tiros, é seis balas que cabem num revólver? Eu não vou comprar arma alguma, não vou dar tiro algum, estou me iludindo. Nunca farei isso. Eu sei. Também sei que vou matar. Mas não preciso de arma para isso. Preciso de paciência, muita paciência e um pouquinho de inteligência e isso eu tenho. Elas, malditas criaturas, logo desaparecerão no abismo. O abismo chama por elas e eu as levarei até ele. Eu tenho paciência.