sábado, 23 de dezembro de 2017

Santos, santos, santos

Comprei os presentes de Natal e um vestido bonito. Assisti um pedaço do show de Roberto Carlos. Como é não se preocupar com dinheiro? Como é ser feliz? Paulo Maluf, novamente preso, óóóóh, pobre velhinho doente. Ânsia de vômito. E os juízes do Supremo? E a conta de luz? Trinta por cento mais cara e haja calor! E eu estou perdendo a visão, de longe, de perto. Tenho que ir em um oftalmo. No próximo mês vou marcar. Estou a quatro dias com dor de cabeça, dor frontal. Será sinusite? Quem foram os santos que inventaram os analgésicos? Santos, santos, santos. Preciso ter uma ideia, encontrar uma maneira de pega-las. Minha vida é só esperar, esperar e esperar e eu espero. Devia ter ido dormir, fui fumar um cigarro, maldito cigarro, não consigo me livrar dele. estou com fome, vou comer panetone.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Presente de Natal

Parei de tomar pílula, a queridissíma ficou sem vim alguns meses, veio três vezes em um mês, veio pouco, veio muito, está enlouquecida. Tenho sentido, as vezes, aquele mal estar terrível, não sei se é o climatério chegando ou labirintite ou estresse ou esclerose ou tudo junto e misturado, mas não era a pílula , infelizmente.. Tenho que ir em um médico, mas só vou ano que vem. 
E quanto tempo já passou? Quantos anos? E todos os dias eu lembro, e todos os dias eu penso em uma maneira de pegá-las, e todos os dias eu imagino coisas terríveis, coisas sangrentas. Eu que sempre abominei a violência, que sempre combati dentro de mim mesma a agressividade, que só queria um mundo de flor, agora quero um oceano de dor,  quero fazer sofrer. E eu vou fazer, porque é o justo. Eu vou esperar a hora certa, a ideia certa, o tempo suavizar mais, trazer o quase esquecimento e então chegará  a escuridão lá.
E eu não tenho dado muita atenção ao meu Plano A, pouquíssima. Passei no primeiro concurso público. Encontrei o primeiro fio de cabelo branco. Perdi minha mãe. 
E o Espírito Natalino? Aquele sentimento de paz e alegria e boa vontade e vontade de ver todo mundo feliz? Nunca mais sentirei. O pedaço de mim que sentia isso morreu. Se o bom velhinho me aparecesse eu pediria meia dúzia de cabeças decepadas, não, algumas mais. 


quarta-feira, 6 de setembro de 2017

As flores crescem

Não entro aqui há alguns meses. Não tenho conseguido raciocinar o suficiente para escrever. Os pensamentos vem aos borbulhões. Tanta preocupação e medo e tristeza e dor. As coisas mudam, eu sei, as flores crescem, mas eu queria tão diferente. Aceitar, por mais doloroso e angustiante que seja, aceitar.
Fiz mais um procedimento na boca hoje, uma dor terrível, mas rápida, me senti mal, bem mal, acho q foi a anestesia, sei lá e não funcionou muito bem já que senti muita dor. Agora estou dolorida, sangrando, inchada, enjoada, com dor de estomago dos analgésicos e trabalhando. Devia estar em repouso, mas como? Estou me recuperando financeiramente, muito lentamente, mas estou. 
Tudo tem sido bem difícil, a preocupação constante, o quase terror, as decepções e o amor e o ódio e os meus sonhos. Continuar e suportar, o que mais posso fazer?
E eu ainda espero.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Ainda estou aqui

Estou numa situação muito precária, terrível mesmo. Depois de tudo o que fiz, tanto trabalho, tanto esforço, tanta luta e um descuido, ou alguns e tudo foi para  o beleléu - será que essa palavra existe? dane-se, ou melhor, dano-me e dano-me e dano-me.
Meus sonhos se desbotam cada dia um pouco mais, a cada dia eu acredito menos, a minha esperança agoniza. E o meu querer? Eu já nem sei dele. Eu já nem sei de mim. De tanto acreditar, de tanto tentar e esperar e esperar, eu me perdi. 
Eu queria sair, correr na luz clara da manhã, subir o meu morrinho, eu acreditei com todo meu coração e minha mente e minha alma que poderia. E estou aqui, ainda aqui,  agora rastejando, nesse buraco maldito.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Abismo

Eu tive que parar de observar, estava envenenando minha alma, e meu coração, e meu cérebro. No entanto não há um só dia que eu não lembre, que eu não pense, que não me doa. Doí tanto. Eu sinto um ódio tão grande, tão profundo, eu não sabia que era capaz de sentir algo assim, que seria capaz de matar. Não só seria, como sou e serei, mas sou racional, sou forte e sou inteligente, não vou deixar de regar minhas flores, tampouco prejudicar meus planos movida por esse ódio. Se vingança é um prato que se come frio, justiça se come congelado. Que congele, que vire pedra, eu comerei, eu sei. Que continuem, saltitantes, malditas criaturas, que sintam-se poderosas, que divirtam-se, vermes. O abismo aguarda, calado, ele sabe que as terá e eu sei que as levarei até ele.